Mah E A Harpia

9º Episódio

Capitulo I
Depois de curada a ciganinha nos chamou para conhecer seu acampamento.
 Só quem conhecia bem eram: Elessar Magno e Galeon. Minha irmã, Dseyvar e eu só conhecíamos a tenda de Soraya.
Enrico foi na frente orgulhoso como cicerone.
Diante de nossos olhos descortinou-se um novo e velho mundo, cheio de Tendas  coloridas e Trailers.
O bar local era um ônibus aberto de um lado, com cerca colorida, toldo e jardim florido... Os Ciganos: artistas de circo, músicos, artesãos, acrobatas, palhaços.

A paisagem exótica com aparente desordem revelava outra ordem das coisas. Dois cavalos puros-sangues “appaloosa” pastavam semi confinados em um cercado em meio às barracas; treinados e cuidadosamente zelados pelas mãos do “Zurka”, como era conhecido no acampamento.
Era noite de Lua! E naquela noite regada a vinho, em meio a muita conversa e alegria. Um amontoado de surpresas se somaria no desvelar de nossos olhos.

Estávamos todos sentados numa roda e “Zurka” no meio de pé nos contava sobre seu povo:

- Posso garantir meus queridos visitantes que não somos ainda aceitos entre os Gadjés podem acreditar nesse “calon” que vos fala.

Dseyvar que cresceu entre os humanos perguntou a (Zurka) se ainda existia preconceito contra os ciganos? O “calon” respondeu com ar tristonho:

– O preconceito existe, hoje menos, mas antigamente era terrível querido Elfo. Antigamente, vamos dizer, há cem anos, se um cigano ficasse doente, médico nenhum tratava dele, podia ser uma cria que não colocavam as mãos.

– Por Febeh! Mas por quê? – perguntou Dseyvar.

- Porque era cigano... Por isso fomos obrigados a formar médicos dentro das tribos! (Naquele tempo existiam tribos) – O “Kaku” (uma espécie de curandeiro) era chamado para nos atender, porque médico não vinha.
Meu avô contava que quando ele estava indo da Espanha para a França pela estrada de La Prata, a diversão dos camponeses era apedrejar as carroças.

A verdade de um cigano nunca valeu nada, mas a mentira de um não-cigano sempre teve  mais valor. Então preconceito sempre existiu, hoje mais amenizado. Tem pessoas até simpáticas aos ciganos, que gostam de nós, outras ainda não; Porém existem muita gente que gosta dos ciganos como folclore; Mas, não gostam que um de nós entre em sua casa... Tem esse medo de que. 
Falou “cigano”... Disse “ladrão”...

Ninguém pode dizer uma coisa sem comprovar, não é verdade?

Todos nós concordamos e ele continuou:

- As leis dos gadjés para nós tem um relativo valor.
Dizemos para eles o que convém ser dito, ou o que sentimos que eles desejam ouvir.
A verdade de um homem não cigano é muito diferente da verdade cigana, porque essas regras ou verdades são construídas pelo homem em determinado contexto e circunstância, então elas são sempre relativas...
Não têm significado por si mesmas. A verdade do cigano é fruto da natureza. Como uma mãe que nos guia e protege, seguimos obedientes, as suas mensagens.

A natureza nos instrui, alerta e guia se pudermos compreender os seus sinais. Faz parte das tarefas ciganas aprender a ler a natureza e suas leis.
A Lei construída pelos homens é menos importante para nós, acatamos apenas o suficiente para que possamos negociar e sobreviver...

Todos nós ficamos um bom tempo em silêncio refletindo sobre tudo, depois que o “Zurka” se calou pensativo:

Quando olhamos para a ciganinha ela segurava a joia que seu pai lhe deu esfregando entre os dedos com o olhar pensativo olhando o crepitar do fogo.
Fui para junto dela e perguntei o que estava se passando naquela cabecinha fértil. Ela me disse:

- Ah Sigel! Eu sinto um misto de alegria e remorso.

- Porque adorada?

- Por ter gostado tanto do presente de meu pai e ter retirado o presente que meu primo me deu. Quando meu pai colocou esse colar no meu pescoço e retirou antes o que eu usava desde que era uma jovenzinha.
Antes eu usava uma correntinha que ganhei da minha mãe com uma mandala e que eu não tirava. Certo dia, nós fomos visitar minha tia que ao se casar foi viver em outro acampamento com seu esposo que era vendedor de carros.
Meu primo Matuza ao ver minha correntinha disse que ela era muito delicada para ostentar uma mandala, que precisava de um pingente de acordo com ela.

Meu primo era ourives me pediu que deixasse o colar com ele para avaliar, eu deixei. Quando anoiteceu e estávamos todos reunidos como agora: ele me surpreendeu! Trouxe minha correntinha de volta com um lindo Pingente dizendo:

- Esse pingente é de ouro Mah! Deixe-me colocar em voce.

Ele colocou a correntinha com o Pingente no meu pescoço dizendo enquanto arrumava meus cabelos.

- Agora sim está combinando com voce é tão lindo quanto!

Quando meu pai me deu esse, eu guardei com muito carinho o presente do meu primo. Mas agora nessa confraternização aqui eu me lembrei daquele momento e me emocionei!
Essa noite me fez lembrar algo muito precioso da minha vida.
Eu me dou muito bem com meus primos e primas, alguns se metem na minha vida, mas sei que é pro meu bem, mas os amo como se fossem meus irmãos. Tenho mais afinidade com Matuza, temos cumplicidade, uma coisa incrível mais que irmãos não sei explicar !!!!
Um deles se formou na área da saúde; formado e graduado, mas ele sabe que muitas curas são da alma e com toda excelência deixa que seu amigo “Kaku” cuide do seu povo.

Nisso Elessar nos chamou para irmos embora.

Mah se ofereceu para ir até uma parte do caminho conosco e Enrico foi junto claro era o guardião da ciganinha.
 Ele ia olhando meio escabreado para Sitaara que não parava de chama-lo de “anão” e ele não queria que acontecesse isso na frente de Mah. 
Mas Sitaara não faria isso agora que já conhecia o jovem cigano muito bem. Quando andamos uns trezentos metros...  Elessar parou para manda-los voltar porque achou que algo estava estranho... Ouvimos um grande rufar de asas... e Dseyvar falou:

- Está chegando o Last!

Elessar retrucou:

- Não! Isso não é Last. Parece um....

- KRIIIIIIIGGGGGGGGGAHHHHHHHHHHHHHHH!!!

Antes que ele terminasse de falar uma harpia raptou Enrico segurando-o firme com as garras dos pés pelos ombros. O cigano nem conseguiu gritar tão grande foi seu susto e o pavor.

Ela deixou cair um pergaminho com uma fechadura mágica que abriu uns segundos depois. Elessar pegou o pergaminho que estava escrito em Maori e leu. A seguinte inscrição:

- Eu Krashida a Rainha da Harpias preciso que um de vocês vá até ao grande labirinto no interior da floresta. Uma de minhas harpias irá levar o eleito com olhos vendados. E o eleito precisará encontrar o caminho que o levará a saída.

Ou seja! Sairá com o pergaminho que estará no interior do labirinto

Já escolhi eleitos de outras tribos para o mesmo feito e todos vocês irão encontrar diversas dificuldades e obstáculos. O pergaminho irá me libertar do meu cativeiro. Aquele que me trouxer será livre e libertará o seu ente querido que eu mandei raptar. Os perdedores morrerão.

Voces irão encontrar no interior do labirinto, além dos perigos constantes e obstáculos: muita neblina para dificultar a visão de todos.
Aquele que sair primeiro e conseguir trazer o pergaminho, e entregar para minha súdita que estará esperando será livre:

A gruta é mágica e vai providenciar todo tipo de obstáculos como: plantas carnívoras, Serpentes gigantes, ventanias etc... O eleito sentirá vontade de desistir, mas lembre-se que não será apenas a sua vida que estará em jogo. Assim que um dos eleitos encontrar o pergaminho, precisará apenas tocar nele e será transportado para fora do labirinto com o poder do mesmo e isso estará quebrando os grilhões das correntes mágica do meu cativeiro.
Assim que o eleito colocar a mão no pergaminho deve concentrar-se e desejar ir para o lugar que ele preferir e será levado imediatamente.

Quando Elessar ia dizer que seria fácil para ele...
A harpia jogou novo pergaminho. Ele as inscrições que diziam:

- Estejam prontos em cinco minutos será levado aquele que se oferecer para salvar do humano que foi pego por minha harpia.
Ob: Não poderão usar nenhum poder magico: Seja ele qual for ou será jogado para fora do labirinto imediatamente pela força do mesmo.

*Elessar continuou dizendo que ele iria: 
*Galeon disse que ele era humano e seria mais fácil para ele que conhecia o labirinto.
*Magno por sua vez disse que o garoto era cigano então era uma obrigação dele.
*Sitaara foi contra Magno ir porque ele poderia se transformar no Tigre e seria jogado para fora  estragando nossa chance porque virar tigre era um poder mágico.
*Dseyvar disse que o melhor seria ele ir, por que Elessar poderia usar magia inconscientemente e perderíamos a chance de salvar o “anão”

Quando eu iria dar minha opinião Mah mandou todo mundo se calar e dizendo-

- Calem a boca todos vocês! Não vamos dar méritos a quem deve ou não deve ir buscar Enrico. Ele é amigo! É amigo de todos nós eu sei disso. Mas ele está nessa enrascada por minha causa então eu vou!

- Não! Mah voce não pode! Voce não sabe lutar o que fará contra os perigos que disseram existir?? Falou Magno.

Eu vou e está acabado! Preciso de uma corda, uma faca, folhas curativas e orações de todos vocês e não quero mais papo. Ajam logo antes que a criatura alada chegue para me levar.

Todos se calaram, tão tínhamos tempo para discussões, eu dei a ela meu punhal, Sitaara deu sua corda, Galeon deu folhas de arnica e Elessar orou:

Senhora Elentari!
Nesta empreitada fabulosa que Mah vai entrar agora não peço só por ela
Peço por todos nós que iremos participar
mesmo não estando presentes no local
Para que todos possam estabelecer contato com seus medos.
Com tudo que não quisermos ver ou aceitar.
Por não sabermos ou por apenas intuirmos.
Ajude-nos a entender o que não conhecemos.
E por mais que desconfiemos de que tal ensinamento deva estar errado.
Não acabemos por sucumbir ao sofrimento
Não permita que inventemos com nossas 
 mentes assustadas uma série de pavores. 
Que o eleito saiba, que viver é buscar toda a sua plenitude.
E que possamos gargalhar em coro com nossos semelhantes
Assim será!!

Quando Elessar terminou de orar, Magno beijou seu lenço e deu a Mah que o amarrou em seus olhos.

A harpia chegou e Mah disse altiva

- Estou pronta Senhora.

Capitulo II 

A Harpia segurou Mah pelos ombros e a levou ao labirinto
Na porta do labirinto estavam todos os eleitos esperando o último deles.
Eles olharam entre si quando viram que o ultimo dos eleitos era um humano e uma fêmea!

Assim que entraram e andaram alguns metros Halgar o anão, disse aos outros que sabia aonde se encontrava o pergaminho e que todos deveriam segui-lo para que encontrassem rápido. Os eleitos o acompanharam, menos Mah.
Muito sábia ela discordou que todos o acompanhasse e disse:

= Eu sou da opinião que cada um de nós deve seguir seus próprios instintos!
É muita burrice seguir a um “adversário". Estamos todos aqui com o mesmo objetivo que é: encontrar o pergaminho mágico e salvar nosso ente querido. Se todos nós queremos isso. Então vamos fazer isso com honra.

Halgar sentindo que foi pego pela humana falou querendo a ajuda dos outros:

- Ah! Que isso garota! Você está querendo nos passar a perna.

Rashtra um grande Troll que é de poucas conversas, retrucou de cara amarrada dizendo:
- Halgar! Voce está com certeza equivocado. A humana está com toda a razão. Temos sim que seguir os nossos instintos.

Jahi um elfo das montanhas de Gladiah estava esperando o momento certo para trapacear; o povo élfico de Gladiah eram sem escrúpulos, faziam apenas o que fosse melhor para eles. Então disfarçadamente ele falou alto e se mostrando pedante como todo seu povo:

- Enquanto vocês ficam aí discutindo? Eu vou pegar o pergaminho e serei o primeiro a sair desse inferno de labirinto.

Enquanto eles discutiam Mah seguiu seus instintos. Ela não possuía magia então não precisaria se preocupar em ser expulsa do labirinto, só precisaria ser sábia. Ela pensou:

- "um pergaminho mágico só poderá estar no lugar mais perigoso".

Pediu ajuda a Santa Kali e seguiu para onde achava que teria mais perigo. Arduin um elfo do povo minúsculo chamou a atenção dos outros para Mah que já ia bem longe deles. E deu a “grande” ideia

- Hey pessoal! Parem de discutir que a humana já se adiantou muito! Proponho que a sigamos e quando ela encontrar o pergaminho aquele de nós que for o mais rápido toma das mãos dela. Ela parece bem fraquinha.

Claro que o elfo Arduin estava pensando por ele: Os elfos minúsculos são ágeis, ligeiros e saltam pelas paredes. Nem todos queriam aceitar a ideia dele justamente por conhecer a agilidade do seu povo, mas acabaram por aceitar.
Arduin sorriu furtivamente, porque ele estaria protegido dos perigos pelos eleitos maiores e quando menos esperassem ele tomaria o pergaminho e sumiria saltando pelas paredes e rochas desse labirinto infinito.
Rashtra o gigantesco troll não aceitou esse complô e foi sozinho por outro caminho

De repente todos os eleitos foram pegos por uma grande ventania vinda não se sabe de onde, já que eles estavam em labirintos de cavernas, onde não havia um ponto de vento encanado. A ventania atirou com fúria os eleitos contra as paredes da caverna.

O minúsculo elfinho que era leve como pluma foi levado pelo vento direto para o alto... Quando ele conseguiu se situar, viu que estava indo direto para a boca uma serpente gigante de duas cabeças que estava enrolada entre as espeleotemas que formavam a estrutura das cavernas sibilando sua língua bifurcada no afã de pegá-lo.
O elfinho gritava vendo a morte chegando sem poder fazer nada porque era muito leve.

Ao ver aquilo Mah voltou correndo pulou um grande abismo enquanto o vento a deixava mais leve, pegou a corda de Sitaara fez um laço, amarrou uma pedra no nó para ficar pesada,  depois girou a corda sobre sua cabeça como um laçador e atirou com precisão na direção do elfinho pegando-o antes que ele fosse devorado.

O elfinho se agarrou nas pernas da ciganinha enquanto a ventania continuava levando-os, Mah se agarrava como podia jogando a corda nas estalactites para não ser chocada contra as pedras das paredes rochosas da caverna. Quando ela pensou que fosse respirar aliviada pois estava presa a uma rocha ouviu um grito desesperado de dor.
Halgar havia sido pego por uma gigantesca planta carnívora que fez a ciganinha tremer de pavor! Ela gritou para ele:

- Anão! Presta a atenção! Voce ainda esta longe dos dentes isso é somente algo como se fosse a língua te lubrificando para a digestão dela.

-Voce não está me ajudando Humana!!!


Gritou o anão apavorado e Sigel concluiu:

- Então segura no caule dela abaixo da cabeça. Não solte ou será mastigado.

Enquanto o anão se segurava Mah gritou para o troll:

- Rashtra salve-o! Voce pode fazer isso! Voce é forte! Por favor quebre o caule dela!

O grande troll segurou a planta pelo caule e puxou na direção dele até que ela encostar no chão.
Em seguida, Rashtra esmagou seu caule com o pé. A grande cabeça da planta perdeu a força, soltou o anão! E o vento sessou.
Mah rasgou o lenço de Magno em vários pedaços esfregou arnica nos ferimentos do anão feitos pela planta carnívora e amarrou para proteger.

Procurou entre os outros quem estava ferido e fez a mesma coisa, depois continuaram.
Os que estavam feridos foram aparados pelos outros e seguiram Mah.
 Logo ela viu bem ao fundo uma luz e correu na direção achando que só poderia ser uma saída... 
Mas antes que chegasse lá mudou de ideia... Poderia ser uma armadilha! Checou o local com olhos clínicos. Nisso ouviu um som diferente que ainda não tinha ouvido antes, como se alguém estivesse correndo e tentando não ser ouvido. Ela voltou alguns passos e investigou.

Mah estava voltando de costas o caminho para encontrar de onde viera o som, passo a passo... De repente esfregou os olhos surpresa! 
Não conseguia ver mais nada a sua frente nem mesmo sua mão que ela levantou na frente dos olhos... Parecia estar cega... 
Mas era uma densa neblina que cobria sua visão e todo local

 Mah lembrou que na oração Elessar desejou que eles não temessem.
 Mah respirou fundo! Precisava seguir o caminho usando seus instintos.
 Ela lembrou de algo que não tinha vivido, mas parecia tão real, então ela fechou os olhos e tentou lembrar a direção em que viu a claridade.
 Arrastando o pé no chão da caverna ela procurou por todos os obstáculos existentes em local assim e que ela pisou quando corria.

Continuou seguindo até ser barrada por algo. Apalpou e sentiu que havia uma parede, passou as mãos sobre a rocha em toda extensão indo para direita. A rocha tinha final, tinha um vão entre ela e a parede da caverna, porém ela não cabia nele, fez a mesma coisa para esquerda encontrou uma ranhura tão pequena quanto. Ela pensou:

- Isso é uma grande rocha no meio da caverna, porque não encosta nas paredes da mesma. 

 Ela tentou sentir a altura... Era mais alto do que sua mão alcançava... Ouviu alguém respirando nesse momento e perguntou:

- Quem está aqui comigo? Qual de vocês está aqui? Não posso vê-lo, mas posso senti-lo.

Nenhuma resposta. Mah pegou a corda e com todo cuidado amarrou meu punhal, temendo que ele caísse da sua mão e ela não achasse mais. 
Quando estava bem amarrado de maneira que não soltasse da corda com um solavanco ela atirou para cima tentando prender em algo que não fugisse muito ao topo da rocha que ela queria atravessar.
Jogou várias vezes até que a corda prendeu! 
Mah puxou forte para ver se estava bem presa. E estava, bem firme!

A ciganinha se lembrou de quando brincava com seus primos subindo nas árvores para colher jamelão. Primeiramente enrolou a mão na corda e deu um impulso virando de ponta cabeça, em seguida enrolou o pé na corda. Subiu o corpo e tateou a rocha, mas ainda não havia chegado ao cume. Fez o movimento mais duas vezes. Antes da quarta vez tateou e só encontrou o vazio... Havia passado muito do cume da rocha.

Dependurada pelos pés Mah veio descendo um pouquinho de cada vez, até tocar na parte de cima da rocha...
Nesse momento o denso nevoeiro sumiu como havia chegado. Vindo do nada.
Em cima da rocha bem apoiada e presa em um tripé feito de ouro, tinha uma “manga de vidro" e dentro dela estava o pergaminho.
 Mas... A “manga de vidro" era toda fechada, não havia sequer uma brechinha, nem uma chave...
Mah olhou por todos os lados e no lado que parecia ser a frente, porque existia uma runa, tinha a seguinte inscrição:

“ Voce encontrou o círculo da alma”

Porém, voce só poderá abrir o "círculo da alma" se descobrir o aprimoramento das gemas a seguir.
Toque na base da runa, quando ela abrir, no compartimento secreto aparecerá cinco pedras.

RubiBerilo - Topázio - Gema Roxa - Gema Azul

Você precisa encontrar o “Aprimoramento de uma  Gema usando três pedras”,
Cada uma possui característica e cor, elas servirão para você abrir o “Círculo da alma” E voce só abrirá se conseguir achar a gema que será colocada nesse recipiente vazio. Assim que voce tocar uma na outra, as cores mudarão e quando voce achar que conseguiu aprimorar a "Gema". Coloque a gema aprimorada no centro do círculo da alma e ele se abrirá e voce poderá pegar o pergaminho.

 Mas pense bem!

Depois de adicionar a Gema que voce criou no orifício, ele se fixará!
Não terá como removê-la se estiver com a combinação errada.
O compartimento do pergaminho simplesmente não abrirá e a gema ficará presa para sempre.
 Por isso, pense duas vezes antes de adicioná-la no compartimento vazio! 
Se a combinação estiver certa a “manga de vidro" se abrirá e voce poderá pegar o pergaminho;

Mah pensou em tudo que já aprendeu entre os magos de seu povo e principalmente com Elendil Elessar .
Então a ciganinha pensou na importância que tem o Rubi para a Floresta e para todo seu povo. E pensou também que os ciganos sempre disseram que a cor verdadeira do rubi é vermelha.

Com muito carinho e cuidado ela pôs sua mente para trabalhar;
- Berilo é verde
Rubi vermelho
Topázio amarelo

As gemas seguintes são a roxa e a azul. E são as únicas que foram mencionadas como “gema” Isso deve ser uma pista.
  Pensou então que essas já estariam prontas.

Então a ciganinha deduziu que:
Verde Já são misturas (de azul e amarelo)
Roxa já são misturas (de vermelho e azul)
Então ela descartou as pedras dessas cores como se elas não estivessem ali
Mah sempre foi afoita, mas na hora de fazer as coisas importantes ela sempre usou sua percepção e sempre fez o que achava mais certo fazer.

Sem medo de estar errada com a convicção que vinha do seu interior de sempre fazer o que lhe parecia mais certo e não o mais óbvio Mah misturou então as pedras que sobraram que foras as: (vermelho, azul e amarelo).

Como o “azul com o amarelo” formava a cor o Verde.

E o “verde com o vermelho” formava a cor Bronze. .

Mah usou essas pedras para formar a "gema aprimorada"

E a gema aprimorada pela Ciganinha em bronze se transformou em “Bronzita” uma pedra Semipreciosa do Silicato. Mah sabia disso porque seu primo é ourives e seu maior e melhor amigo e lhe ensinou sobre pedras preciosas e semi-preciosas.

(Note: que a cigana descartou o verde... Porque ela precisava de três pedras para ter uma gema aprimorada. E como a verde em questão era uma "gema" ela descartou e fez seu próprio "verde")

O Primo de Mah disse a ela que sua mandala era de “bronzita” e que sua mãe havia lhe dado pelo motivo de que “Bronzita” para os ciganos era a pedra da autoestima, da autoconfiança e que estimulava as atividades físicas, atuando a curativamente sobre as suas capacidade de concentração além de harmonizar o fluxo de energia que atuava como calmante ajudando a organizar as ideias.

Mah tinha toda certeza do que fazia. E fez com muito amor! Junto com ela tinha a força de sua mãe e o grande amor de seu primo.

Mah fez alquimia das pedras aprimorando em uma "Gema Bronzita” a cor da sua mandala.

A cigana olhou para a nova pedra com muito carinho colocou junto do coração em seguida depositou com todo cuidado a nova "Gema"  no recipiente vazio e Disse orgulhosa

- Abra-te para mim “Circulo da Alma” e a “manga” de vidro se abriu...

Mah estava diante do pergaminho e ao alcance da sua mão. Seus olhos marejaram diante da felicidade e a honra de ter conseguido.

Ela pegou com todo cuidado e veneração aquele pergaminho que salvaria a vida de um amigo e daria liberdade a um ser sobrenatural... 
Seria ela um ser bom ou mal... 
Antes que ela pudesse desejar voltar para casa... O elfo de Gladiah saltou da escuridão e pegou também no pergaminho sendo tele transportado juntamente com ela para uma caverna onde estava presa a grande harpia e seus reféns. 
A Harpia olhou incrédula para os dois segurando juntos no pergaminho.

O conselho das harpias que estavam reunidas para o grande desfecho olharam-se e a Líder perguntou:

- E agora, o que faremos? Será que foi válido?

A grande Rainha harpia que estava no cativeiro disse:

- Não! Não foi válido, porque apenas um sábio e corajoso deveria ter trazido o pergaminho e minhas algemas abririam automaticamente. Elas continuam fechadas e eu continuo presa nesse feitiço.

Mah soltou o pergaminho e disse:

- Foi válido sim, Senhora Rainha! Ele o pegou!

Mah não queria brigar. Ela queria merecer salvar seu amigo e esse ser sobrenatural que banhava o rosto de lágrimas. Um ser ruim não derramaria lágrimas. Mah não queria um luta corporal pelo pergaminho e sim o merecimento para salvar algém.

A Líder do conselho apontando para os dois perguntou?

- Voces trouxeram o pergaminho até nossa Rainha! Mas quem o encontrou?

- Eu senhora! Jahi! Um elfo das montanhas de Gladiah Encontrei com as minhas habilidades de grande escalador.

disse o Elfo de Gladiah.

- Então elfo de Gladiah! Diga a palavra mágica e solte minha Rainha.
Todas nós lhe reverenciaremos como nosso herói e voce ira embora levando seu ente querido e o bastão mágico que o transportará para onde voce desejar sempre que disser essa mesma palavra!

O elfo estava escondido e ouviu tudo que Mah falou então ele segurou firme o pergaminho na mão direita como se fosse um valoroso soldado e disse:

- “Circulo da Alma”

As tochas se apagaram e quando acenderam um grande redemoinho de ventos brancos pegou Mah e levou até a Rainha!  Por instinto ela segurou nas algemas da harpia e se abriram todas.
O Conselho reverenciou a cigana Mah Esperanza batizando-a de:

“Aquela que caminha entre os mundos”

Depois de livre a Rainha perguntou a Mah qual era seu desejo?
Mah respondeu convicta e sem nenhuma sombra de duvida:

- Liberdade para todos assim como a Grande Rainha é um ser livre.

A Rainha mandou que suas súditas levassem todos a suas casas.

Mah perguntou:

- Como eu uso meu bastão:

- Voce deve saber o ponto exato que pretende ir e diga a palavra mágica mentalmente e lá estarás. 

- Por que mentalmente Senhora?

Para que muitos não saibam, ou tomarão de voce e com esse bastão poderão atravessar os mundos em segundos. Não sabendo que existe palavra mágica sera obsoleto como um objeto qualquer. O Elfo de Gladiah irá esquecer assim que chegar em casa.
Um conselho: nunca vá a um lugar que voce não saiba as coordenadas exatas para não se perder. Se voce não souber onde está, também não saberá voltar para casa. Continue sendo sábia ao usar seu bastão.

- Posso carregar alguém comigo??

- Sim. Até treze pessoas se todos estiverem conectados um no outro.
 Adeus Cigana!! Obrigada!!

Mah agradeceu! Reverenciou a rainha segurou a mão de Enrico e voltou para casa onde todos estavam sentados diante da fogueira em silêncio e com os corações apavorados de medo.

Galeon foi o primeiro a vê-la levantou de onde estava correu para ela pegou-a e girou com ela nos braços. Todos a viram e foi aquela festa....

Mas essa pequena menina tão amada não imagina a encrenca em que se meteu agora....


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